27% dos acidentes de trabalho em Piracicaba são com trabalhadoras mulheres

Na reunião da CIST foram apresentados os dados, que servem de parâmetro para o desenvolvimento de políticas para combater os acidentes de trabalhoDados do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), apresentados na reunião da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador (CIST), revelam que no período de 2013 a 2017, Piracicaba registrou 45.147 casos de acidentes de trabalho no período, sendo deste total 12.023 envolvendo trabalhadoras do sexo feminino, o que representa 27% dos acidentes de trabalho no município. Os dados foram apresentados durante reunião ordinária da CISTt, no Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Piracicaba (Sinticompi), na manhã desta última segunda-feira, quando foram discutidas ações e políticas voltadas a ampliar o trabalho de prevenção aos acidentes de trabalho no município.

De acordo com o coordenador da CIST, Milton Costa, a Comissão é atrelada ao Conselho Municipal de Saúde, representada pela sociedade civil, com a finalidade de articular políticas e programas de interesse para a saúde dos diversos segmentos de trabalhadores do município, e estes dados mostra a necessidade de também do desenvolvimento de políticas de conscientização das mulheres. “Neste mês que comemoramos o Dia Internacional da Mulher, acredito que a apresentação destes dados contribuem para mostrarmos que as ações preventivas e de conscientização têm que ser intensificadas ainda mais”, destacou o coordenador, no evento que também contou com a participação da coordenadora do Cerest, Clarisse Bragantini e do gerente do Ministério do Trabalho, Antenor Varolla.

O técnico de segurança do Cerest, Alessandro da Silva, durante a apresentação dos dados em reunião da CIST no SinticompiOs dados do Cerest, apresentados pelo técnico de segurança do órgão, Alessandro da Silva, também mostram que do total de acidentes registrados em Piracicaba, 54 casos levaram a óbito do trabalhador, sendo que 5 casos (9%) foram do sexo feminino. Já as mortes das mulheres foram causadas por: 60% moto (60%), carro (20%) e choque elétrico (20%). Ocorreram 1.301 casos de acidentes de trabalho graves e 23% (302 casos) foram com mulheres. Destes 302 casos, 59% envolvem os três tipos de causas de acidentes apresentados a seguir: Queda do mesmo nível (24 %64 casos) como exemplo: em atividade de limpeza de chão, descendo escada fixa, andar em local liso e molhado.

No caso dos adoecimentos, o atendimento no Cerest, no período de 2015 a 2016, as mulheres representaram 47% ou 621 dos casos atendidos, sendo que das trabalhadoras atendidas 43% não têm o segundo grau completo, o que dificulta ou restringe as oportunidades em outros mercados de trabalho para estas profissionais. A procura do serviço ocorre decorrente as reclamações de dores osteomusculares (74%), principalmente membros superiores; dores na coluna (13 %) e 5% desgaste das capacidades mentais relacionadas ao trabalho. As funções que mais foram atendidas são: auxiliar de produção (38 casos), auxiliar de limpeza/faxineira (36 casos), Costureira (15 casos) e cozinheira /auxiliar (16 casos).

AR CONDICIONADO – A reunião também foi marcada pela apresentação do engenheiro de segurança Edemilson Carlos Trevisan sobre “Prevenção de agravos à saúde e os riscos à segurança nos ambientes climatizados”, mostrando a necessidade de que as instalações de aparelhos de ar condicionado sejam feitas por empresas especializadas. De acordo com o especialista, a Lei Municipal 5265 e a Lei Federal 13589, deste ano, estabelecem normas para a instalação destes tipos de equipamentos para garantir a segurança tanto do instalador como da população e precisam ser respeitadas. Conforme Clarisse Bragantini, o Cerest promoverá ainda neste semestre um grande evento para debater o tema, envolvendo hospitais, casas noturnas, shopping e supermercados.

Vanderlei Zampaulo – MTb-20.124

http://www.sinticompi.com.br/aviso-covid-19/