Conespi defende unicidade sindical e se declara contrário a divisão de trabalhadores
O Conselho das Entidades Sindicais de Piracicaba (Conespi) deixou claro em entrevista coletiva à imprensa nesta quarta-feira, 06 de maio, que defende a unicidade sindical, como forma de manter e fortalecer a defesa dos trabalhadores. Por isso, se posiciona totalmente contrário à criação de sindicatos que provocam a divisão dos trabalhadores e de base de atuação, como está sendo proposto por um grupo que pretende criar um sindicato regional de professores. A assembléia de criação está programada para ser realizada nsta quinta-feira, no final da tarde, na sede da Regional da Apeoesp.
Fânio Luis Gomes lembrou que o Conespi, que preside atualmente, tem uma história de quase 38 anos de ações e lutas em Piracicaba e região, sendo uma entidade reconhecida e respeitada nacionalmente pelo seu trabalho, e que defende um sindicato único por categoria como a melhor forma de fortalecer a luta dos trabalhadores. No caso dos professores municipais de Piracicaba, o entendimento é de que a categoria já é representada pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Piracicaba e Região e que a criação de um novo sindicato, com ampla abrangência regional, só irá dividir e enfraquecer a categoria, que soma cerca de três mil em Piracicaba.
Esta posição também foi ratificada pelos diretores do Conespi, Francisco Pinto Filho -Chico – (Sindicato dos Papeleiros), Milton Costa (Construção Civil) e Vitor Roberto (Comerciários) que participaram da entrevista, realizada na Regional da Força Sindical, lado do presidente do Sindicato dos Municipais de Piracicaba, Valdir Sgrigneiro, e do diretor financeiro da entidade, Osmir Bertazzoni. “Temos esta história de luta e vamos manter viva esta unidade, custe o que custar, porque queremos defender a manutenção da unidade de ação para fortalecimento da luta dos professores”, ressaltou Chico. Para Milton Costa, “está havendo uma tentativa de invasão de base do Sindicato dos Municipais, a qual o Conespi é radicalmente contrário”.
Sgrineiro e Bertazzoni deixaram claro que a criação do Sindicato dos Professores Municipais de Piracicaba, Saltinho, Águas de São Pedro e São Pedro, conforme foi aprovado em assembleia realizada na quinta-feira passada, dia 30 de abril, na sede do Sindicato dos Condutores Rodoviários, foi uma estratégia adotada pelo Sindicato dos Municipais de Piracicaba como forma impedir “legalmente” a criação de um Sindicato Regional dos Professores, que possa enfraquecer a luta dos professores municipais de Piracicaba, inclusive lamentaram o vandalismo que ocorreu no local durante a assembleia.
Os diretores dos Sindicato dos Municipais argumentaram que os professores de Piracicaba, atualmente, têm um salário mínimo mensal de R$ 2.400,00, por uma jornada de 30 horas semanais, bem superior a piso nacional dos professores, que é de R$ 1.950,00, por uma jornada de 40 horas semanais. “Nos últimos anos, os professores tiveram um aumento real superior a 50% nos salários. Só neste ano os professores municipais tiveram 11% de reajuste, enquanto os professores estaduais estão tendo zero”, destacaram os diretores do Sindicato dos Municipais, informando que continuam trabalhando junto à administração municipal para melhorar a situação da categoria.
Vanderlei Zampaulo – MTb-20.124