Presidente do Sinticompi diz que desafios do trabalhador da construção civil são permanentes

Neste 26 de outubro, quando se comemora o “Dia do Trabalhador da Construção Civil”, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Piracicaba (Sinticompi), Milton Costa, destaca que os desafios da categoria, que ao longo dos últimos anos conseguiu grandes avanços, são permanentes. Atualmente, os trabalhadores representados pelo Sinticompi somam cerca de 15 mil na base da entidade e têm como principais desafios enfrentar o desemprego, a garantia de qualificação profissional, a alfabetização, a saúde e segurança, e os prejuízos que a reforma trabalhista poderá trazer.

Apesar destes pontos estarem em maior evidência neste momento, Milton Costa ressalta que o Sinticompi tem atuado firme, ao lado do trabalhador, inclusive firmando diversas parcerias, para superar estes desafios, o que, ao longo destas últimas duas décadas, contribuiu decisivamente para garantir uma maior valorização do profissional que atua na categoria, e, consequentemente, a conquistas de ambientes mais saudáveis de trabalho. “Quando assumimos o sindicato, há 17 anos, Piracicaba era, praticamente, uma terra sem lei para o trabalhador da construção civil. Poucos tinham Carteira Profissional de Trabalho assinada, dificilmente recebiam equipamentos de individual de segurança, os ambientes de trabalho eram os mais precários possíveis, não havia banheiro, água potável, vestuários, local para refeição, fornecimento de papel higiênico, enfim, eles não tinham o mínimo para garantir a própria higiene”, conta.

No entanto, o presidente do Sinticompi diz que com muito trabalho e com apoios e parcerias, como do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), Ministério do Trabalho, Ministério Público do Trabalho, entre outras entidades, juntamente com o bom senso de boa parte do empresariado, setor que a entidade chamou para o diálogo, foram criados diversos mecanismos que contribuíram para mudar esta realidade. “Hoje, podemos dizer que o trabalhador da construção é um funcionário como outro qualquer, que atua na indústria da construção civil e do mobiliário, contando com o maior piso salarial praticado no Estado, gozam de inúmeros benefícios, entre eles café da manhã, protetor solar, e os empregadores são obrigados a colocar à disposição do trabalhador sanitários com pia, papel higiene, local para refeição, bebedouro de água, além de oferecer equipamentos de segurança de acordo com as normas de segurança, além de oferecer benefícios assegurados em lei e ampliados em convenção e acordos assinados pelo nosso sindicato, como  a Participação nos Lucros das empresas e ambientes que propiciam trabalhar com saúde e segurança. Lógico que ainda há os que insistem em desrespeitar o trabalhador e as normas de segurança, mas temos atuado diariamente em indústrias e canteiros de obras para garantir o respeito a estes profissionais, que são os responsáveis por construir as nossas residências, os prédios e galpões que abrigam as indústrias, o comércio, os hospitais, as ruas, avenidas e pontes, enfim, quem constrói tudo o que temos é o trabalhador da construção civil”, destaca.

“Paralelo a isso, — continua Milton Costa —  temos atuado junto  a Secretaria Municipal de Trabalho e Renda, e as escolas técnicas, para que sejam oferecidos cursos de qualificação para o setor da construção civil, algo que não havia até pouco tempo, assim como temos  incentivado o trabalhador a estudar, inclusive criamos o Programa ‘Construção do Saber’, numa parceria com a Secretaria Municipal de Educação, que oferece curso de alfabetização, com aulas tanto no sindicato como em canteiros de obras, para quem não sabe ler e nem escrever, ou para quem quer melhorar seus conhecimentos. Já na área de saúde e segurança, participamos ativamente do Comitê Regional Permanente de Segurança na Construção Civil, onde são discutidos os mais diversos assuntos relacionados ao tema, para melhorar as práticas na cidade e região, assim como atuamos na Comissão Municipal de Emprego, discutindo políticas de geração de emprego e renda para o trabalhador”, conta ele, dizendo que, por conta de tudo isso, o trabalhador da construção civil tem, sim, o que comemorar nesta data, que é o reconhecimento de direito e de fato da sua profissão.

Vanderlei Zampaulo – MTb-20.124

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