Programa de alfabetização de trabalhadores passa a envolver todos os setores da construção civil

_DSC0280Uma espécie de compromisso assumido nesta manhã de quarta-feira, 23 de julho, em encontro que reuniu o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Piracicaba (Sinticompi), a Secretaria Municipal de Educação e empresários passa a envolver todos os setores da construção civil no programa de alfabetização de trabalhadores. O encontro aconteceu na Secretaria Municipal de Educação e contou com a participação da secretária Maria Angela Correa; do presidente do Sinticompi, Milton Costa, e do diretor da entidade, Edson Batista dos Santos, e dos presidentes das Associações das Construtoras de Piracicaba (Ascopi), Ricardo Kraide; do presidente da Associação de Marmorarias, Nelson Tolotto; o presidente da Associação das Olarias, Oswaldo Schiavolin, e do presidente da Associação das Empresas de Pinturas e Gessos, Marcelo Marques.

Milton Costa conta que este programa foi lançado em março do ano passado, apenas com a participação da Associação das Construtoras de Piracicaba e que agora também passa a ter o envolvimento das demais associações, o que deverá contribuir, e muito, para que mais trabalhadores que atuam nos diversos setores da construção civil sejam alfabetizados. Segundo ele, em todos os setores há registro de trabalhador analfabeto ou semi-analfabeto. “No de olarias, por exemplo, muitos trabalhadores sabem dirigir trator, caminhões, mas não conseguem tirar a carteira de motorista porque não sabem nem ler e escrever, portanto, acabam sendo prejudicados no desenvolvimento da atividade”, comenta. Nelson Tolotto, por exemplo, diz que tem funcionário que chega a demorar até 15 minutos para escrever o nome, e que, por isso, o programa é bem-vindo.

A secretaria de Educação elogiou a iniciativa tanto do sindicato como dos empresários, pela sua abrangência social, garantindo que a sua pasta manterá total apoio ao programa, que vai contribuir inclusive para pôr fim ao analfabetismo na cidade. “Piracicaba foi um dos 39 municípios que receberam o selo de cidade livre do analfabetismo, mas sabemos que muitos dos trabalhadores que vem para cá atuar na construção civil são de outros Estados e ainda não estão alfabetizados”, ressaltou.

Na campanha salarial deste ano, o Sindicato e os empresários do setor estabeleceram uma cláusula do acordo que obriga as empresas a matricularem seus funcionários analfabetos e semi-analfabetos nas aulas de alfabetização, inclusive com exigência de freqüência às aulas,  uma vez que há uma estimativa de que aproximadamente 70% dos trabalhadores que atuam no setor na base da entidade são semi-analfabetos, enquanto que 20%, deste total, realmente são analfabetos.

Neste programa de alfabetização, o município entra com o material didático, professor e lanches, enquanto que o sindicato viabiliza o local para a realização das aulas e  o empresariado libera o trabalhador uma hora mais cedo para que possa freqüentar as aulas, sem prejuízo salarial.

Para Milton Costa, este projeto de alfabetização é fundamental, uma vez que  o trabalhador que não está alfabetizado encontra muita dificuldade em atuar no setor, uma vez que houve uma evolução tecnológica também na construção. “Por isso, as próprias empresas devem ter interesse em contribuir com este processo de alfabetização, onde todos sairão ganhando. A empresa por ter profissionais mais qualificados e o próprio trabalhador, que mais capacitado, consequentemente, terá melhor remuneração, já que terá possibilidade de desenvolver melhor suas tarefas”, completa o presidente do sindicato.

 Vanderlei Zampaulo – MTb-20.124

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