Projeto de alfabetização de trabalhador em canteiros de obras começará em março

556366_406316642796324_2010626587_nO projeto de alfabetização de trabalhadores em canteiros de obras, que será desenvolvido numa parceria envolvendo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Piracicaba, a Prefeitura de Piracicaba, através da Secretaria Municipal de Educação, e a Associação das Construtoras de Piracicaba (Ascopi) terá início no próximo mês de março. Detalhes do projeto foram definidos nesta manhã de quinta-feira, 31 de janeiro, em encontro na sede do Sindicato, do qual participaram o presidente da entidade, Milton Costa; o prefeito Gabriel Ferrato; a secretária municipal de Educação, Maria Ângela Corrêa Cassavia; o presidente da Ascopi, Ricardo Kraide, e representantes de construtoras, que pretendem participar da alfabetização de funcionários, além da coordenadora do programa Educação para Jovens e Adultos (EJA), Vera Meneghini Esteves.

Neste projeto, cujas salas terão no máximo 25 alunos, os trabalhadores dedicarão uma hora por dia para estudo, enquanto as empresas doarão uma hora de trabalho, totalizando duas horas na sala de aula, e a Prefeitura coordenará a parte pedagógica. A ideia é que sejam duas aulas por semana, o suficiente para alfabetizar um adulto ao longo de um ano, de acordo com a coordenadora do EJA, que fornecerá todo material didático para as aulas, além dos professores.

A estimativa do presidente do Sindicato é de que aproximadamente 70% dos 15 mil trabalhadores da base da entidade, que é em Piracicaba e cidades da região, sejam analfabetos ou semi-analfabetos. “Pelo menos 20% deste total, realmente, são analfabetos”, de acordo com Milton Costa. Ele, inclusive, mostrou levantamento feito junto à uma empreiteira, revelando que de um total de nove trabalhadores apenas um tem segundo grau. “Os demais disseram que tem primeiro grau incompleto”, conta.

O prefeito Gabriel Ferrato cumprimentou o sindicato e os empresários pela iniciativa, garantindo que a Prefeitura dará todo apoio, enquanto a secretária de Educação disse que a data “é histórica”. Os empresários também destacaram que percebem que boa parte dos seus funcionários, realmente, são analfabetos. “Muitos desenham o nome, apesar de poucos admitirem que são analfabetos”, disse Ricardo Kraide.

Milton Costa diz que todos sairão ganhando: A empresa por ter profissionais mais qualificados e o próprio trabalhador, que mais capacitado, consequentemente, terá melhor remuneração, já que terá possibilidade de desenvolver melhor suas tarefas. Além disso, tem a questão da segurança. Sabendo ler, o trabalhador terá muito mais facilidade para acompanhar as normas de segurança”, completa o presidente do sindicato.

A proposta é de que sejam montadas turmas com aulas na própria sede do sindicato, para atender grupos pequenos de diversas construtoras. Neste caso, as aulas serão das 17 às 19 horas, com as empresas liberando os trabalhadores uma hora antes, ou seja, às 16 horas. Já em grandes obras, que contam com grupo suficiente para montar uma sala, as aulas serão dadas no próprio canteiro de obras, possivelmente logo no início da jornada de trabalho.

Vanderlei Zampaulo – MTb-20.124

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