Sem receber, Trabalhadores decidem manter suspensa construção de 1200 apartamentos do “Minha Casa”

Sem receber o adiantamento salarial e o tíquete-refeição, os mais de 500 trabalhadores contratados pela Construtora TechCasa, de São Paulo, decidiram manter suspensas as obras em Piracicaba, na região do Bairro Itaperu, às margens da rodovia Piracicaba-São Pedro, de construção de 1.200 unidades habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida, voltadas a famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil. A decisão foi tomada nesta manhã de quinta-feira, 27 de agosto, em assembleia coordenada pelo diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Piracicaba (Sinticompi), Edson Batista dos Santos, no próprio canteiro de obras.

De acordo com o sindicalista, os trabalhadores decidiram aguardar em suas casas e ou nos alojamentos, onde estão instalados, o pagamento dos atrasados, prometidos pela TechCasa, agora para o dia 4 de setembro. A empresa, conforme Edson Batista, tem alegado falta de repasses de recursos pelo Ministério das Cidades, que faz o repasse à Caixa Federal, que, por sua vez, paga a construtora. “Caso o pagamento dos atrasados seja feito, os trabalhadores se comprometeram a retornar ao trabalho já no dia 5 de setembro, mesmo sendo um sábado”, comenta Edson Batista

Os trabalhadores atuam na construção dos conjuntos habitacionais Vida Nova 1, 2, 3 e 4. Todo empreendimento está orçado em R$ 115 milhões, sendo R$ 91 milhões financiados pela Caixa Econômica Federal e R$ 24 milhões pelo governo paulista, enquanto a Prefeitura de Piracicaba entra com contrapartida de R$ 5,5 milhões, que serão usados para construção de escola e de posto de saúde. As obras, quando foram lançadas, tinham previsão de conclusão para o início do próximo ano.

Sem receber o tíquete-alimentação e o adiantamento salarial do último dia 20, os trabalhadores estão parados desde a semana passada, e toda construção suspensa por tempo indeterminado.

Vanderlei Zampaulo – MTb-20.124